quinta-feira, 21 de junho de 2012

Mudança

- Alô, Tréche?
- Opa, que manda Urbano?
- Seguinte, não é muita coisa, tenho que levar uma máquina de lavar, uma mesa e as roupas. Pode ser na sexta do feriado.
- Fechado!
- Beleza! Te ligo.
- Falou! Abraço.

Com o transporte da mudança combinado sentou na soleira da porta e olhou para a casa ainda vazia. Uma casa antiga, anos 30 talvez, com assoalho de madeira, pé direito alto, porta e janelas trabalhadas e um quintal grande.

Era um desejo ter uma casa, te parecia um sonho ideal. A casa estava abandonada a algum tempo, muita sujeira, pintura ferrada, porta emperrada e um monte de cupim. Parece desaminador, mas o lugar tinha um clima positivo, um ar de liberdade e um lindo Ipê roxo na frente. Qualidades que tornavam qualquer dificuldade um fator secundário, estava apaixonado pelo lugar, pela oportunidade de reconstruir sua a vida a partir de um lugar de referência, um lar.

Visitando os cômodos imaginava como ficaria cada parede, cada canto. As cores possíveis, os móveis, as pequenas coisas. Imaginou um cachorro no quintal, o sol entrando pela casa o Ipê florido e cheio de passarinhos.

A ansiedade para que tudo ficasse pronto imediatamente era incontrolável, o exito por ter conquistado aquele espaço extravasava o corpo. O sentimento de empoderamento surgiu novamente e um sorriso espontâneo estampou o rosto.

Urbano usou o vazio da casa para ecoar a felicidade na mudança de vida.

2 comentários:

Anônimo disse...

É Urbano!Parabéns!

Anônimo disse...

Entre mudanças e reconstruções, temos coincidências urbanas quase extintas: o quintal com vira lata, pé direito alto, o ipê roxo. E talvez para uma próxima aventura... Urbano, você viu o luar?